Inverno/Primavera de 1968/69

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O curso era heterogéneo (felizmente ainda o é), com alunos das mais variadas origens sociais e culturais. Foi preciso enquadrar o grupo numa, para quase todos, desconhecida componente militar, para o que muito contribuíram alguns alunos com experiência anterior do Colégio e da Academia Militar (Carpinteiro, Santana e Baía, mais tarde o Lima furriel pára-comando).

A rigidez instrutória do profissional pára-quedista Sargento Branco foi temperada pela capacidade comunicativa do Alferes Pegado. Controlado, nunca o grupo deixou de resistir às praxes estúpidas, e sempre demonstrou um forte carácter, tanto na solidariedade e no apoio aos que precisavam de apoio na difícil instrução, como na luta contra os infortúnios que levaram, infelizmente, ao desaparecimento de uns, e ao abandono de alguns mais.

Por outro lado, o corpo de instrutores continha também diferenças assinaláveis entre instrutores, reflexo normal do “modus operandi” da Instrução. Alguns deles, independentemente das qualidades de pilotagem e pessoais, denotavam falta de sensibilidade e capacidade pedagógica, deixando ao aluno a “obrigatoriedade” de se adaptar ao instrutor, numa luta desigual agravada para aqueles que iniciaram o curso no T-6.

Curiosamente, foi o P1/69 “cobaia” para três experiências:

 a) decisão de, pela primeira vez, ( e bem, a meu ver) os alunos pilotos fazerem uma recruta “a sério”, com exigente componente física e militar, incluindo ordem unida, com papel preponderante do Sargento páraquedista Branco e do Alferes César Pegado, com coordenação geral do Capitão Perestrello;

 b) tendo iniciado a recruta com uso de farda cinzenta (“pelo de rato”), foi o primeiro grupo da Força Aérea a usar, em Abril de 69, a farda azul, generalizada no mês seguinte;

 c) dada a premência de formação de pilotos, foi superiormente decidido que uma das duas turmas começasse a pilotagem básica, pela 1ª vez,  pelo T-6, avião bem mais difícil que a solução até então adoptada (Chipmunk). Essa opção revelou-se desastrosa para o grupo, já que a percentagem de eliminados no T-6 foi muitíssimo superior à da turma iniciada no Chipmunk!

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