Os esboços e o significado do emblema “Viralatas”, a curta vida do primeiro Viralata

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Em boa verdade, o nosso emblema é ideia e iniciativa de um só Viralata, o Pedro Rodrigues, talvez o mais sonhador, tão cedo se imaginou a voar quer no autogiro que o pai construía, quer nos planadores e aviões da Mocidade Portuguesa, no Chip ou nos helis, sonho alimentado pelos largos horizontes dos planaltos de Angola onde cresceu. A sequência de esboços do emblema que antecederam a versão final é bem demonstrativa da força do seu sonho, e por isso foi fácil aos Viralatas acolherem as razões de escolha tão acertada: o avião é uma lata, o Pluto/Pateta é um viralata e o aviador, pilotando, “vira a lata” que é o avião. Tão simples!

Foi largado no Chipmunk em São Jacinto em Julho 69, trazendo a experiência e o à vontade dos planadores e das “avionetas” da Mocidade.

No dia seguinte, no Chip 1313, quase descolava com um estabilizador todo rasgado numa bailarina do taxiway para a 35 (e eu, seguindo atrás dele na rolagem, numa aflição, a querer transmitir-lhe que não podia descolar assim, e a não poder “entrar” na frequência congestionada… Já levantava a roda de cauda quando a torre o mandou abortar … Uff!!)

A turma do Chipmunk tinha meia dúzia de horas no T-6 (andávamos a fazer perdas e “vrilles”) quando fomos para os helis em Tancos. O Pedro e o Zé Manel Soares da Fonseca foram parar ao tem. Brogueira, formavam um grupo bem disposto e animado, penso que tinham os três muitas parecenças temperamentais. Passámos o Outono e o Inverno desse ano num curso alegre e bem aproveitado, com muito bons instrutores, desde o Custódio Santana ao Ferreira Pinto,  do Pereira ao Gamboa e ao Brogueira, não esquecendo o magnífico Nazaré!

Voluntariou-se depois do brevetamento, em Maio de 70, para Angola. No final da comissão, passou a voar na CTA, e é no Leste, na pista de Nova Chaves que cai, num acidente com estranhos contornos e coincidências, como o de transportar presos no fatídico voo. Terá sido o primeiro com o sonho Viralata, foi também o primeiro a desaparecer em acidente de avião.

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